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Direita brasileira terá grande oportunidade em 2026

Donald Trump, Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro em reunião do G-20 em 2019 / Foto: Reprodução


Lauro Arttur

É fato que, nos bastidores, a direita brasileira vê as eleições de 2026 como uma grande oportunidade. A comparação com os Estados Unidos é quase sempre inevitável para grande parte dos líderes e apoiadores desse espectro, que enxergam no cenário norte-americano um espelho para o que poderá acontecer no Brasil. Aliás, não é somente a direita que enxerga esse padrão, a esquerda tanto enxerga, quanto teme esse fenômeno. A expectativa é que tudo ou grande parte do que aconteceu lá em 2024 se repita no Brasil em 2026. Para muitos, isso representa uma chance de consolidar uma agenda nacionalista e conservadora por muito tempo no Brasil, tomando como base as dificuldades e tropeços apresentados pelo Governo Lula, e tendo a vitória de Donald Trump como um prenúncio da escolha popular por essa agenda.

Bolsonaro, ex-presidente e ainda figura central da direita, já deixou claro que possui uma relação de amizade com Trump, e isso é algo que seu grupo político explora para fortalecer a coesão e atrair mais eleitores. Com apoio de figuras como Nikolas Ferreira, uma das novas vozes mais fortes da política nacional atualmente, Bolsonaro busca unir as pontas e ressaltar que a direita precisa de união para enfrentar os desafios eleitorais de 2026. Em suas palavras, “a direita não tem dono, mas tem um líder”, e a disputa interna só enfraquece esse lado.

No entanto, o cenário não é exatamente homogêneo. Existe sim uma crescente diversificação dentro da própria direita, com grupos que apoiaram Bolsonaro em 2018 e em 2022 mas que hoje questionam algumas de suas posições ou desejam experimentar outras lideranças. Bolsonaro, com uma retórica firme, minimiza essas divisões, referindo-se aos que se distanciam dele como “intergaláticos” que precisam “mostrar a que vieram.” Ele destaca que esses opositores devem suas eleições ao movimento que ele personifica, uma forma de enfatizar sua centralidade enquanto líder.

No entanto, a missão traçada é tão clara quanto difícil: tornar a direita uma força unida e organizada, algo jamais visto no Brasil. As tratativas internas em grupos conservadores tomam como objetivo combater o que é classificado como sistema "comunista e corrupto", pretendendo diminuir o poder da esquerda e do chamado "centrão", movimentos vistos como oponentes de um país alinhado com os valores defendidos por esse grupo.

É preciso também considerar o papel das redes sociais e dos canais de comunicação na expansão desse movimento. Plataformas como PHVox, Brasil Paralelo, Revista Oeste, entre inúmeras outras, servem não apenas como veículos de informação mas também como criadores de perspectivas que se conectam com os anseios do eleitorado, sempre reforçando a ideia de “guerra cultural”, que deve ser travada para assegurar um futuro em que esses valores possam ser passados para as próximas gerações.

A busca por essa união, ainda que desafiadora, parece ser o objetivo principal de Bolsonaro e de seus aliados para 2026. Num momento em que o cenário político mundial é marcado por incertezas, a direita brasileira almeja utilizar a eleição de Trump como um fator motivador, alimentando a expectativa de reversão de sua inelegibilidade, para que em 2026 possa enfrentar a disputa eleitoral de maneira organizada. O futuro mostrará se esse projeto se concretiza e até que ponto a base conservadora conseguirá manter sua coesão frente às diversas lideranças emergentes.

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