Desde o início, ainda na época da “prensa de Gutenberg”, o jornalismo se mostrou necessário a uma sociedade que sempre buscou pela informação, aliás, o jornalismo nasceu dessa necessidade, a necessidade de se informar. Porém, age com má fé, aquele jornalista que não reconhece que nesta área também há falhas. As falhas se mostram presentes na forma de “enviesamento da notícia”, que é passar a informação através de um filtro ideológico, mais contaminante do que a natureza falha de uma interpretação pessoal, ou ainda na forma de corrupção, que faz com que o jornalista perca a sua mais importante ferramenta de atuação: a isenção.
Sabemos que não podemos subestimar a inteligência do consumidor. Nosso foco tem de ser em facilitar o acesso à informação, se adequar aos tempos de rede social, e fazer o chamado “jornalismo de duas vias”, onde o consumidor está a todo momento pronto para questionar, complementar, contribuir com novas informações, e enfim, construir o jornalismo em comunidade. Temos também o dever de vigiar os poderes, criticar os poderosos com todo o ímpeto que a vontade de transformar o mundo para melhor nos proporciona, e que a constituição nos garante, checando as informações, traduzindo-as em palavras objetivas e repassando para que a sociedade faça uso no seu crescimento diário.
Sempre que pensamos em jornalismo ou em jornalistas, temos uma visão romantizada da profissão, e nessa visão há amores e ódios. Devemos lembrar que todas as profissões têm maus profissionais, e é claro que não poderia ser diferente com o jornalismo. Direta ou indiretamente, queremos fazer a diferença e melhorar a comunidade em que vivemos, mas muitas vezes podemos estar equivocados, assim como podemos ser alvo de interpretações de pouca qualidade, causadas por uma má vontade de compreender a situação de maneira mais macro.
O jornalismo precisa ser encarado pela sociedade como um negócio. A princípio, soa mal dizer isso de maneira tão direta, mas é isso mesmo. O jornalismo também é movido por outros interesses que vão além do interesse público. Para começar, as empresas jornalísticas, como qualquer empreendimento, têm por objetivo o lucro financeiro. Não importa o tamanho do jornal ou da emissora de rádio, é necessário que gerem receitas para que se possa manter o funcionamento, remunerar os donos ou sócios e, claro, pagar salários aos funcionários. Mas também se engana quem acha que influenciadores digitais, tão comuns nos dias de hoje, não passam pela mesma situação, sendo submetidos aos mesmos dilemas que a comunicação de massa, tão diversificada e democratizada, impõe. Nesse momento, vale lembrar que a principal fonte de receita de um jornal, é sua credibilidade, que fará seu produto ser consumido por muitos e consequentemente, que a audiência receba os anúncios, tão necessários para a manutenção de qualquer negócio de mídia.
Sendo assim, precisamos separar opinião de informação, e ideologia de interpretação pessoal ao divulgar uma reportagem, por exemplo. E para não nos permitir misturar esses elementos todos, precisamos estar em sintonia com a comunidade.
Esperamos contar com a transparência de todos vocês, consumidores. Vocês podem contar com a nossa.
Lauro Arttur, responsável pelo Informa Limeira.